Eis abaixo

O tempo perdido. A frivolidade do discurso. O retrato da "servidão voluntária" continuada.

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"
Velho lutador sindicalista ainda teima, alternativo. Protesta. Abre o verbo. E acha que o Brasil tem jeito.

sexta-feira, maio 12, 2006

Boris pede impeachmant de Lula


SOBRE UM ARTIGO DO JORNALISTA BORIS CASOY

(Foto acrescida: documentário "Testemunha da História - Fatos Que Marcaram Século XX no Brasil e no Mundo" - produção da BBC e British Pathe de Londres )

Recebi o e-mail (abaixo transcrito) agora encaminhado. Retransmito-o pela razão institucional, significado político e momento de crise onde se fazem escolhas - pela razão capaz de se expor à luz do dia. Chegou remetido por colega de profissão que muito respeito há 35 anos, também indignado com as coisas no País. Trata-se de um artigo escrito pelo jornalista Boris Casoy dias atrás publicado no jornal Folha de São Paulo, onde originalmente o havia lido. Pois pelas razões ali alinhavadas com a devida energia que ocaso requer, pedia o impedimento do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

E o Jornalista, apesar do antagonismo ideológico que o separa dos comunistas, não há porque agora também reconhecer, faz a ressalva de serem os fatos capazes de fazer corar o mais intransigente comunista. Pois sim, há de se reconhecer, jamais a corrupção foi parte estratégica como praxis comunista baseada no marxismo leninismo - como soe por bem soletrar. E hoje nos dispomos, frente ao capitalismo associado por seus vícios à raiz de todas as causas - por sua moral corrupta e corruptora hoje exposta à luz do dia. E digamos, ocorre como expõe o jornalista: capaz de tragar o antigo metalúrgico pela fraqueza de sua ideologia - submissa ao capital.

O artigo do Boris Casoy expõe isso com clareza.

Mas dessa vez, tem razão. Os fatos são de fazer corar de vergonha qualquer esquerdista conseqüente pela moral (econômica) marxista - onde se dispensa a corrupção. Não faz parte da "praxis". Que me perdoe, pois, a companheira, a Senadora Ideli Salvati a espera de melhor retrato, vista nas tertúlias da TV Senado para justificar quanto pretende esconder – como se a verdade necessitasse de abrigos contra suspeitas! Dispensemos de explicação o resto do PT.

Breve comentário:

Ainda bem que o PCB - Partido Comunista Brasileiro e outros, romperam com o Governo Lula muito antes e não nos confundimos em valores de luta onde a verdade se expõe à luz do dia.

Para futuro, certamente libertária de opressão e a vencer o silêncio corruptor agregado - a esquerda haverá de melhor guiar a humanidade. Tem quadros técnicos em suficiência e capazes de discutir razões em aberto e política decorrente a aplicar sob ética aferível, explícita nas próprias normas de procedimento construidas e revisadas sob crivo crítico. Hoje está a propor revisões em teorias de valor capazes de infletir curvas a representar amadurecimento e etapas da civilização na história.

Porém hoje, quanto a moral administrativa exigível e credibilidade para gerenciar o interesse público, resta ler e concordar (embora seja jornalista considerado da direita exacerbada ) : ele escreve o libelo com as palavras indispensáveis e (no caso politicamente gentil), ressalva respeito a seu oposto político - desde o último revisionista, comunista histórico; para aquiescer sobre motivos do pedido de impedimento. Pois a eles, enumera como abuso de Poder de Estado contra humilde trabalhador ..."ação de provocar náuseas em qualquer stalinista". Tem razão.

Atenciosamente
Raul Ferreira Bártholo
Inconfidentes, MG.

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(Segue o e-mail recebido com o artigo mencionado)

----- Original Message -----
From: "erached" <erached@ig.com.br>
To: <ademarsilva@vivax.com.br>; <alexandre@phoenix.ind.br>; <a.capuzzo@uol.com.br>; <augustodasilvafilho@terra.com.br>; <beraldicoelho@ig.com.br>; <delort@uol.com.br>; <jcardoso@reitoria.unesp.br>; <cervantes.garcia@uol.com.br>; <etceng@unisys.com.br>; <marcelojmdm@unisite.com.br>; <macbarreto@uol.com.br>; <Mario.Filho@mme.gov.br>; <raulfb@hardonline.com.br>; <ramartins50@globo.com>
Sent: Thursday, May 11, 2006 8:35 AM
Subject: ENC: Fw: Boris Casoy e o impeachment de Lula

> > > Boris Casoy pede o impeachment de Lula > > >

Em artigo arrasador, na Folha de São Paulo de hoje, o jornalista Boris Casoy > pede o impeachment de Lula. Vale a pena ler, reproduzir e enviar para o > maior número de pessoas. Vale a pena traduzir e remeter para blogs, sites e > jornais do exterior. Junto com o artigo de Miriam Leitão, publicado em O Globo na semana passada (sob o título "Inaceitável") o texto de hoje de Casoy representa a manifestação indignada da sociedade brasileira aos > desmandos de um governo sem legitimidade, que deixou de ser uma instância > pública para se transformar no aparelho de um grupo privado que se comporta > como uma gangue política.


É uma vergonha!

Boris Casoy - Folha de S. Paulo - 28/03/06

Jamais o Brasil assistiu a tamanho descalabro de um governo. Quem se der ao > trabalho de esmiuçar a história do país certamente constatará que nada > semelhante havia ocorrido até a gestão do atual ocupante do Palácio do > Planalto. Há, desde o tempo do Brasil colônia, um sem número de episódios > graves de corrupção e de incompetência. Mas o nível alcançado pelo governo > Lula é insuperável.

Não se trata de um ou de alguns focos de corrupção. Vai muito além. Exibe > notável desprezo pelas liberdades e pela democracia. Manipula a máquina > administrativa a seu bel-prazer, de modo a colocar o Estado a favor de sua > inesgotável sanha de poder. Um exemplo mais recente é a ação grotesca contra > um simples caseiro, transformado em investigado por dizer a verdade depois > de ser submetido a uma ação de provocar náuseas em qualquer stalinista.

Não se investiga o ministro Palocci, acusado de freqüentar um bunker > destinado a operar negócios escusos em Brasília e de ter mentido a respeito > ao Congresso. Tenta-se, a qualquer preço, desqualificar a testemunha para > encobrir o óbvio. E o desespero da empreitada conduziu a uma canhestra > operação que agora o governo pretende encobrir, inclusive intimidando o > caseiro.

Do presidente da República, sob a escusa pueril de dever muito a Palocci > (talvez pela conquista do troféu dos juros mais altos do mundo e pelo > crescimento ridículo do PIB), só se ouve a defesa pífia dos que não > conseguem dissimular a culpa. A única providência das autoridades federais > foi um simulacro de investigação, com a cumplicidade da Caixa Econômica > Federal. Todos os limites foram ultrapassados; não há como o Congresso > postergar um processo de impeachment contra Lula. Ou melhor, a favor do > Brasil.

O argumento para não afastar Lula, de que sua gestão vive os últimos meses, > é um auto-engano! A proximidade das eleições faz com que o governo use e > abuse ainda mais do poder. Desde o início, este governo é envolvido na > compra de consciências, na lubrificação da alma de órgãos de comunicação por > meio de gigantescas verbas publicitárias e de perseguir os que lhe negam > aplauso.

Outro argumento usado para não afastar Luiz Inácio Lula da Silva é a sua > biografia, a saga do trabalhador, do sindicalista que chegou a presidente. > Ora, aquele metalúrgico já não existe há muito tempo. Sua legenda > enferrujou. Foi tragado por sua verdadeira figura, submetido a uma > metamorfose às avessas.

As razões legais para o processo de impeachment gritam no artigo 85 da > Constituição, que versa sobre os crimes de responsabilidade do presidente. > Basta ler os seguintes motivos constantes da Carta Magna para que o > Congresso promova o processo de impeachment de Lula: atentar contra o livre > exercício do Poder Legislativo, contra o livre exercício dos direitos > individuais ou contra a probidade da administração. Seguem alguns exemplos > ilustrativos. > > No "mensalão", fato que Lula tentou transformar em um pecadilho cultural da > política brasileira, reside um grave atentado contra o livre funcionamento > do Congresso Nacional. A compra de consciências não só interferiu na vida do > Poder Legislativo como também demonstrou a disposição petista de romper a > barreira entre a democracia e o autoritarismo, utilizando a máxima de que os > fins justificam os meios.

Jamais as instituições bancárias estatais foram tão agredidas. O Banco do > Brasil teve seu dinheiro colocado a serviço de interesse escusos; a Caixa > Econômica Federal também, demonstrando que o sigilo bancário de seus > depositantes foi posto à mercê da pilantragem política.

No escândalo dos Correios, mais que corrupção, foi posto a nu, além do > assalto aos cofres públicos, um cuidadosamente urdido esquema de satrapias > destinado a alimentar as necessidades pecuniárias de participantes da mesma > viagem. Como costuma acontecer nesses casos, o escândalo veio à tona na > divisão do botim.
]
Causa perplexidade, também, a maneira cínica com que o governo tenta se > defender, usando todos os truques jurídicos para criar uma carapaça que > evite investigações de suspeitas gravíssimas em torno do presidente do > Sebrae, o generoso Paulo Okamotto, pródigo em cobrir gastos do amigo Lula - > sem que ele saiba. Aliás, ele nunca sabe de nada...

Lula passará à história, além de tudo, como alguém que procurou amordaçar a > imprensa com a tentativa da criação de um orwelliano "conselho" nacional de > jornalismo e com uma legislação para o audiovisual, que tentou calar o > Ministério Público pela Lei da Mordaça e que protagonizou uma pueril > tentativa de expulsar do país um correspondente estrangeiro que lhe havia > agredido a honra. > >

Neste momento grave, o Congresso Nacional não pode abdicar de suas > responsabilidades, sob o perigo de passar à história como cúmplice do > comprometimento irreversível do futuro do país. As determinantes legais > invocadas para o processo de impeachment encontram, todas elas, respaldo nos > fatos.

Mas, infelizmente, na Constituição brasileira falta uma razão que bem melhor > poderia resumir o que estamos assistindo: Lula seria o primeiro presidente a > sofrer impeachment não apenas pela prática de crimes de responsabilidade mas > também pelo ímpar conjunto de sua obra.

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Boris Casoy, 65, é jornalista.
Foi editor-responsável da Folha de 1974 a 76 > e de 1977 a 84. Na televisão, foi âncora do TJ Brasil (SBT) e do Jornal da > Record (Rede Record).

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