Eis abaixo

O tempo perdido. A frivolidade do discurso. O retrato da "servidão voluntária" continuada.

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"
Velho lutador sindicalista ainda teima, alternativo. Protesta. Abre o verbo. E acha que o Brasil tem jeito.

sexta-feira, maio 11, 2007

Na Câmara dos Deputados os "gladiadores" - Cida e "Clô" discutem: do xuxú ao picolé

Afinal, o que é mais ridículo?


Eis a última notícia sobre o fato mais importante hoje discutido no Congresso Nacional. Diz a notícia:

"Líder do PT pede cassação de Clodovil por agressões verbais às mulheres" (Folha Online, Brasília - 11/05/2007 - 12h21 )


Ora veja só! Pois o que mais poderia ser ridículo após o líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), encaminhar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), uma "representação" contra o deputado Clodovil Hernandez (PTC-SP) por palavras ofensivas às mulheres?

Pois em meio a tantos anões, sanguessugas e mensaleiros a desfilar ainda hoje impunes pelo Congresso, alega-se que Clodovil "quebrou o decoro parlamentar". E acrescenta os motivos: "por ter sido preconceituoso, sexista e homofóbico".

Ora veja só

O Dep. Clodovil Hernandes "admite ter sido cruel", mas não pede desculpas à deputada. E a tal "bancada feminina" (poderia maior ridículo do que isso?) também ingressou com representação contra Clodovil. Pede que ele "seja advertido e obrigado a pedir desculpas por escrito" pois Clodovil observou que as mulheres "ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone e trabalham deitadas e descansam em pé". Ofendida com as declarações, Cida Diogo ainda ouviu mais desaforos do deputado; afinal. Clodovil disse que falava "somente às mulheres bonitas, e não a ela, que é tão feia que nem para puta serve".

Segundo a notícia, ao invés de estar preocupada com os destinos da CPI do apagão e outras qustões nacionais mais candentes, aos prantos, a deputada interrompeu a sessão do plenário da Câmara e exigiu desculpas de Clodovil.



Conclusão: não sei o que é mais ridículo. Se é agora essa bancada "feminina" no Congresso a estimular a criação de uma "bancada masculina" ou uma "bancada do 3ºército" ou... se o próprio "Clô" ganha a taça com o "discurso bichoso, folclórico", cheio desse conteúdo... vulgar.

Enquanto isso, no Congeresso nacional: a frivolidade explícita.

Sobre "trabalhar deitado e descansar em pé"...











Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBUU1cqk5asaPOh2yhi56TydcI_5A8S-d5oVg0NRN0SIkxYrqB7jSjph1YbkfQgLf9nJJcajz_5a8CTZsUAXr3AS56BTqz_Wyg0mCapLDi_KOQAb0OGhQVXxhl0dsa3NrHFGKH/s320/Deputado.jpg
Para quem quiser conferir a frivolidade de um deputado tão pouco preocupado com os destinos do Brasil - como se vê, entregue aos poderoso senhores auxiliados por sanguessugas e mensaleiros a mais explorar povo e País, eis - extraído do "site" da Câmara dos Deputados - conforme notas taquigráficas, a íntegra de um discurso do Sr. Clodovil em 25/04/2007 reproduzida abaixo:

CLODOVIL HERNANDES (Bloco/PTC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários da Casa, solicito a todos um minuto de atenção para que ouçam uma explicação que sei que será difícil. Quando somos acusados de algo, o que acontece?
As pessoas que ficam sabendo da acusação não tomam conhecimento das arrumações existentes por trás dela, e, mesmo que o acusado seja inocente, quem lê a notícia da acusação nem sempre lê o desmentido.Domingo, estreei novo programa de televisão. Gostaria que todos os senhores e senhoras soubessem que exigi da emissora que a primeira hora do programa, ou seja, de 20h às 21h, fosse destinada à defesa da Casa, que, de certa forma, é sempre vilipendiada, pois sobre ela só se ouve falar de coisas desonestas e de defeitos, muito pouco das suas qualidades. Ninguém vai me dever nada, porque eu não quero nada. Eu acho justo defendê-la, uma vez que aqui fui bem recebido. Mas, mesmo que não o tivesse sido, eu o faria do mesmo jeito, porque não tenho por hábito retribuir grosserias. Isso não faz parte do meu espírito, nem da formação que recebi da minha família na minha casa. Estou aqui neste momento para justificar algo que aconteceu na semana passada.
Tornei-me garoto-propaganda da Câmara dos Deputados. Acontece algo, e a mídia corre atrás de mim para saber notícia. Mas isso foi conquistado com trabalho e não com desonestidade. Tenho 500 mil votos para me defender, votos pelos quais paguei R$26,70 na primeira etapa e 14 mil reais na segunda etapa. Por quê? Eu acredito numa política de nome, tradição, família. Creio que aqui há muita gente assim. Mas o que se fala sempre é aquela maldição de que há gente vendida, que pega dinheiro para depois ter de pagar, gente que faz coisas erradas porque está comprometida. E hoje em dia o dinheiro não é correto como era antigamente. Todas as coisas que eu sei... Eu não sou analfabeto, não sou imbecil. Estou aqui porque muitas pessoas me escolheram, eu quero fazer justiça a essa escolha.
Eu disse na semana passada que as mulheres estão perdendo referência, estão trabalhando deitadas e descansando em pé. O que eu quis dizer com isso? Não todas as mulheres, porque isso é... (Pausa.)Se a senhora quiser falar, eu deixo.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Por favor, não estamos no Grande Expediente, fase em que se pode conceder apartes. A palavra está garantida ao orador.

CLODOVIL HERNANDES - Desculpe-me, mas as pessoas fazem tudo para ser notícia, e não é assim que a gente se torna notícia.Eu cresci enfeitando as mulheres, tenho consciência disso, e foi só por isso que eu cheguei aonde cheguei. Os meus votos são das mães de família, das pessoas que acreditam na televisão limpa que eu sempre fiz. Agora, é evidente, agradar a todos é impossível. Se Jesus não agradou, por que eu, um pobre mortal, agradaria a todos?Pois bem, eu disse isso para defender as mulheres. Não me digam que uma moça que vai fazer filme pornô pode servir de referência na televisão.


CIDA DIOGO - Mas dizer que todas ficaram ordinárias?


Diz o SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A palavra está com o orador, por favor, ilustre Deputada. Depois V.Exa. pode conversar com seu nobre colega.Por favor, conclua, ilustre Deputado.


CLODOVIL HERNANDES - Em uma entrevista de televisão, se todos falarem ao mesmo tempo, ninguém se entende. Disse isso quando cheguei aqui. Infelizmente, trouxe o artista junto comigo e achei estranho que as pessoas fizessem tanto barulho quando alguém falava.Mas posso dizer, religioso que sou, por acreditar em Deus, que em cada poltrona vazia dessa há uma pessoa que os outros não vêem, mas eu vejo. São pessoas que já não estão aqui, e podem nos nortear para fazermos as coisas do jeito que temos de fazer. Por que não acreditar nisso? Eu tenho que ouvir uma coisa que não foi dita dessa maneira? A senhora precisa do meu apoio? Use-o, por favor. Tanta gente usa o meu apoio. Tem muita gente que nunca me pagou e que fala bobagem.


CIDA DIOGO - Eu tenho meu próprio apoio. Eu luto pelo meu direito.


CLODOVIL HERNANDES - Eu sei. Eu conheço bem o andamento... Quando eu estava com câncer no hospital, a senhora foi me visitar?


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Ilustre Deputada, oportunamente, concederei a palavra a V.Exa. Não é momento de debate. Peço desculpas aos oradores. Repito: não é momento de debate. Oportunamente V.Exa. vai poder pronunciar-se.O ilustre Deputado Clodovil Hernandes pediu 3 minutos para fazer um esclarecimento. Vou garantir-lhe a palavra para que conclua seu comunicado ao Plenário. Dentro de instantes daremos início à Ordem do Dia.


CLODOVIL HERNANDES - Muito obrigado.De qualquer maneira, todo mundo sabe que eu luto pelas mulheres. Mas há mulheres de todo tipo, como há homens de todo tipo. Quando eu me percebi homossexual, minha senhora, eu parei e olhei para a direita e vi os travestis que vilipendiam as mulheres. Em nome da beleza, que é Deus, viraram para lá. E, deste lado esquerdo, estavam Leonardo da Vinci, Garcia Lorca, Santos Dumont. Eu virei para a esquerda. A senhora vire para o lado que quiser. Eu jamais vilipendiaria o nome das mulheres.


CIDA DIOGO - Tenho direito a resposta.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - V.Exa. terá oportunidade.


CLODOVIL HERNANDES - Querida, a senhora tem um programa, com duração de 1 hora, aos domingos, de graça - eu não trabalho só por dinheiro -, para se defender e dizer o que quiser. Eu convido a senhora para participar do meu programa, quando poderá me atacar. Esse é um direito seu.


CIDA DIOGO - Não quero atacá-lo.


CLODOVIL HERNANDES - Não, a senhora está aqui me fazendo um favor. Por favor, minha senhora.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Quero, por favor, pedir ao ilustre orador que conclua seu pronunciamento, porque este não é momento de debate.


CLODOVIL HERNANDES - Exatamente. Tenho visto exatamente isto. Desnecessariamente, hoje, numa Comissão, eu disse que não adiantava discutir sobre faculdade, quando na verdade precisamos de homens instruídos. "Ah, mas e o dinheiro?" Bem, o dinheiro, esse é um outro trajeto que não me diz respeito. O que me interessa são as pessoas. Eu só posso falar bem porque o meu pai me deu essa chance: "Você vai estudar, é a herança que eu vou deixar para você". Eu verbalizo bem por isso.Então, o que interessa é a criança que precisa da escola. Problemas pessoais resolvemos de outro jeito.
Muito obrigado.






* * * * *




E hoje (11/05/2007), no Jornal "Folha de São Paulo" o momentoso assunto volta a ocupar as preocupaçõpes dos senhores deputados - pouco dispostos a outra coisa. Suas preocupações, aqui firmadas como Retratos do Momento da vida brasileira, estão relatadas na matéria produzida por LETÍCIA SANDERDA da sucursal de Brasília sob o título:




Deputados pedem "medidas cabíveis" em relação a Clodovil



"Protagonistas de um bate-boca que chegou a interromper uma sessão no plenário da Câmara, os deputados Clodovil Hernandez (PTC-SP) e Cida Diogo (PT-RJ) permaneciam ontem irredutíveis. Ela continuava exigindo retratação. E ele, repetindo que a considera feia".





"As declarações de Clodovil foram alvo de repúdio de mais de cem parlamentares, que assinaram um requerimento em que a deputada pede à Mesa Diretora da Câmara "medidas cabíveis" em relação ao deputado, por ele ter dito recentemente que as mulheres tinham ficado muito ordinárias, que trabalhavam deitadas e descansavam em pé".





"O requerimento foi protocolado ontem. A polêmica ficou ainda maior anteontem, quando os dois discutiram no plenário. Segundo a deputada, depois de diversas provocações e insinuações, Clodovil teria dito: "Minha senhora, o comentário que eu fiz sobre as mulheres, fiz para as mulheres bonitas. E até as putas são bonitas. Mas a senhora é feia, nem para puta serve".Ele nega. "Fui muito antipático. Sei que fui cruel. Mas não disse isso." Ele disse que não combina com sua figura dizer palavrão. "[Eu disse] que se fosse uma mulher bonita, esplendorosa, ela poderia se sentir vilipendiada. Mas o caso é exatamente o oposto. Eu nem cheguei a dizer que ela era feia. Agora, não tenho o direito de achar uma pessoa feia?", afirmou".





'O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, não quis opinar. "Acho pessoalmente que não cabe ofensas nas relações aqui na Câmara. Isso será analisado."