Eis abaixo

O tempo perdido. A frivolidade do discurso. O retrato da "servidão voluntária" continuada.

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"

Enquanto mensaleiros, sanguessugas se escondem e outros discutem quanto resta repartir do "butim"
Velho lutador sindicalista ainda teima, alternativo. Protesta. Abre o verbo. E acha que o Brasil tem jeito.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Gorverno da República, Congresso, fofocas no STF... Eis o Brasil esboroado




Pois agora Retrato do Momento vai para o jornalista Jânio Freitas cujo retrato foi "pescado" na Internet em http://www.fazendomedia.com/.
Vale pelo artigo abaixo a dispensa comentários.


ALEM DA CORRUPÇÃO


JANIO DE FREITAS


A movimentação de milhões no circuito de um projeto político constituiu muito mais do que permutas múltiplas de corrupção.


LIDA COM serenidade durante 63 minutos pelo procurador-geral Antonio Fernando de Souza, a síntese das conclusões a que chegou a Procuradoria Geral da República, a partir das suas e das investigações da Polícia Federal no chamado mensalão e no caixa dois, começou por ser deprimente para acabar sendo assustadora.Durante a longa CPI, os fatos e as acusações explodiram de maneira esparsa, em partes diferentes do escândalo, envoltos em passionalismo político e quase sempre um tanto transfigurados pelo exibicionismo parlamentar ou pelo sensacionalismo jornalístico. Trançados agora pelo procurador-geral em sua ordem lógica, e na engenharia da estrutura em que se processaram, os fatos e as hipóteses já conhecidos revelaram uma configuração nova. Não mencionada, nem mesmo insinuada, por Antonio Fernando de Souza. Mas clara.Aquela movimentação de milhões privados e públicos no circuito de um projeto político constituiu muito mais do que permutas múltiplas de corrupção. Ali esteve a raiz de um sistema de influência e poder que, se desenvolvida como poderia muito bem ter ocorrido, estaria apta a gerar conseqüências que só as especulações exageradas podem produzir. Audácia, no pior sentido, é que não faltaria.É possível que o Supremo Tribunal Federal não acate agora, ou não confirme no decorrer dos exames de provas, as atribuições que a Procuradoria Geral faz a cada um dos incluídos no pedido de processo (é só esse pedido que o STF está examinando). As gradações dos respectivos papéis, no quadro de responsabilidades e de propósitos, têm diferenças grandes entre vários dos citados. Mas as ressalvas que o STF faça, supondo-se que as faça ou que fique só em ressalvas, não podem alterar o significado e o perigo da conjura que ficou abrandada sob os nomes de mensalão e caixa dois.As defesas preliminares, na sessão de ontem, foram o que são: defesas. Até a redação desta coluna, apenas uma ou outra com argumentos que não devem passar sem exame especial de ministros do STF. Não foi a hora, porém, de defesas propriamente ditas, e nesse aspecto qualquer avaliação é descabida. Avaliação de fundo, bem entendido. Porque de forma foi divertido rever em um caso, como se trazida só para fins arqueológicos, a caquética teatralidade que, pretendendo-se oratória, transita entre o patético e a comicidade pastelão. Muito bem paga, sim.Lula e o governo podem fingir-se alheios ao que se passa no Supremo. Até por não terem a fazer, afora isso, senão atitudes de grandeza ética, ou de sentido institucional, que não lhes são próprias nas situações adversas. Alheios de fato, não podem nem imaginar-se. O que foi descrito na síntese apresentada ao STF tem implicações passadas e reflexos presentes, todos diretos, sobre a natureza e as responsabilidades da Presidência, a par de sua conexão íntima com o comando do PT relacionado com a origem dos fatos e da denúncia da Procuradoria Geral da República.




quinta-feira, agosto 23, 2007

Grande, o Rossi. Brasil, o pequeno.



Hoje o Retrato do Momento vai para o jornalista Clóvis Rossi.
Vou até colar sua foto aqui, pescada na Internet,
tal como visto - homenageado em http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.fnpi.org/premio/2003/resultados/ganadores/homenaje/Rossi2.jpg&imgrefurl=http://www.fnpi.org/premio/2003/resultados/ganadores/homenaje/&h=271&w=425&sz=29&hl=pt-BR&start=1&tbnid=4ZG1W5h3Ew7csM:&tbnh=80&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3Dclovis%2Brossi%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG

No mais, por hoje, além do artigo do Jânio Freitas também colado aí acima, basta para fechar o quadro o seu artigo. Está pintado o país. O governo. O tudo. Para o nada.

A raiz da corrupção. A raíz na incompetência. Na falta de imaginação. Ciência e poder. Pelo tudo. E,finalmente - para nada.
E pela existencia sem outro fim: curvar ao mando da ficção. O vil dinheiro,sem poder.E nem imaginação. So arrecadar. Só recolher -para o nada.
Ao menos houvesse imaginação no Poder!


quarta-feira, junho 06, 2007

Será verdade? Ou é conversa para boi dormir?

( foto: http://www.senado.gov.br/noticia/multimidia/verImagem.aspx?codImagem=65912 )



Pois é. Depois de tornar-se o fazendeiro mais bem sucedido do Estado de Alagoas pela produtividade exemplar em agropecuária ao ponto de assim justificar qualquer "negócio" - sem precisar recorrer a préstimos ou gentilezas de nenhuma empreiteira - para solver compromissos de ordem pessoal (enquanto exerce a presidencia do Senado Federal), o Sr. Renan Calheiros, tempos atrás defendia a criação do "Juizado de Instrução".
Só faltava querer agora o tal Juizado para também "desvendar" crimes devidamente organizados: como os agora evidenciados pela "operação navalha". Pois é.

Para quem diuvidar, eis quanto propunha para a Polícia Federal - ao fim do texto abaixo produzido por Teresa Cardoso - Repórter da Agência Senado:

"Ao declarar no início deste ano que o Brasil precisa adotar o juizado de instrução, combinando a ação simultânea da polícia, do Ministério Público e do Judiciário contra o crime organizado, o presidente do Senado, Renan Calheiros, sustentou um entendimento que defende desde que foi ministro da Justiça, no governo de Fernando Henrique Cardoso".

"Renan voltou a defender a idéia no momento em que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou a intenção de encaminhar ao Congresso proposição que classifique como atos de terrorismo as ações do crime organizado. No entendimento do governador do Rio, a mudança na tipificação desses crimes tornaria a forma de combatê-los mais eficaz e as penas mais severas.
Para o presidente do Senado, fundamental é o Congresso regulamentar urgentemente o artigo 144 da Constituição, que trata das competências da União, dos estados e dos municípios na segurança pública, adotando o juizado de instrução. Desde que foi ministro da Justiça, Renan defende a introdução imediata no país desse método de investigação policial, praticado com êxito em vários países".


"O senador lembra que, no Brasil, a investigação é feita primeiro pela polícia, que instaura um inquérito policial. Passados 60 dias, prorroga-se o inquérito. Este então é mandado ao Ministério Público, que pode fazer a denúncia ou não. Depois, o inquérito é encaminhado ao Judiciário, que repete novamente todo o processo".

"Em outros países, observa o presidente do Senado, funciona eficazmente um juizado de instrução. E desde a hora em que acontece o fato criminoso, reúnem-se, ao mesmo tempo, a polícia, o Judiciário e o Ministério Público, que identificam e esclarecem o delito, submetendo-o imediatamente a julgamento. "Isso precisa acontecer também no Brasil", sustenta Renan.
Hoje, o artigo 144, que consiste num capítulo inteiro da Constituição, estabelece que a segurança pública é exercida pela Polícia Federal, pela Polícia Rodoviária Federal, pela Polícia Ferroviária Federal, pelas Polícias Civis, pelas Polícias Militares e pelos Corpos de Bombeiros Militares. E determina que cabe à Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, que é o crime em maior ascensão hoje nos grandes centros urbanos brasileiros. O mesmo artigo estabelece, no parágrafo 7º, que a lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades".


"É para garantir a eficácia da repressão do Estado contra o crime que Renan Calheiros defende que se adote urgentemente o juizado de instrução. No ano passado, quando se manifestou contra a violência comandada de dentro das cadeias que aterrorizava a população de São Paulo, ele defendeu o aperfeiçoamento do ordenamento institucional brasileiro" - dizendo que é preciso "mudar radicalmente a segurança pública no Brasil".

E declarou:

- "É preciso mudar esse capítulo inteiro da Constituição, esse artigo 144, que dispõe sobre segurança pública no Brasil. É preciso mudar a maneira de investigar, é preciso melhorar as polícias do ponto de vista das condições de trabalho e do ponto de vista salarial. É preciso dar condições dignas de trabalho aos policiais. É preciso agilizar as demandas judiciais e fazer funcionar o juizado de instrução, para que, quando acontecer o fato delituoso, se investigue tudo ao mesmo tempo, priorizando a celeridade e trabalhando contra a impunidade".

Ora pois! Diante dessa afirmação, resta acrescentar o cometário: hoje, vê-se, quanto esse senhor preza a impunidade: em benefício próprio!

sexta-feira, maio 11, 2007

Na Câmara dos Deputados os "gladiadores" - Cida e "Clô" discutem: do xuxú ao picolé

Afinal, o que é mais ridículo?


Eis a última notícia sobre o fato mais importante hoje discutido no Congresso Nacional. Diz a notícia:

"Líder do PT pede cassação de Clodovil por agressões verbais às mulheres" (Folha Online, Brasília - 11/05/2007 - 12h21 )


Ora veja só! Pois o que mais poderia ser ridículo após o líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), encaminhar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), uma "representação" contra o deputado Clodovil Hernandez (PTC-SP) por palavras ofensivas às mulheres?

Pois em meio a tantos anões, sanguessugas e mensaleiros a desfilar ainda hoje impunes pelo Congresso, alega-se que Clodovil "quebrou o decoro parlamentar". E acrescenta os motivos: "por ter sido preconceituoso, sexista e homofóbico".

Ora veja só

O Dep. Clodovil Hernandes "admite ter sido cruel", mas não pede desculpas à deputada. E a tal "bancada feminina" (poderia maior ridículo do que isso?) também ingressou com representação contra Clodovil. Pede que ele "seja advertido e obrigado a pedir desculpas por escrito" pois Clodovil observou que as mulheres "ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone e trabalham deitadas e descansam em pé". Ofendida com as declarações, Cida Diogo ainda ouviu mais desaforos do deputado; afinal. Clodovil disse que falava "somente às mulheres bonitas, e não a ela, que é tão feia que nem para puta serve".

Segundo a notícia, ao invés de estar preocupada com os destinos da CPI do apagão e outras qustões nacionais mais candentes, aos prantos, a deputada interrompeu a sessão do plenário da Câmara e exigiu desculpas de Clodovil.



Conclusão: não sei o que é mais ridículo. Se é agora essa bancada "feminina" no Congresso a estimular a criação de uma "bancada masculina" ou uma "bancada do 3ºército" ou... se o próprio "Clô" ganha a taça com o "discurso bichoso, folclórico", cheio desse conteúdo... vulgar.

Enquanto isso, no Congeresso nacional: a frivolidade explícita.

Sobre "trabalhar deitado e descansar em pé"...











Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBUU1cqk5asaPOh2yhi56TydcI_5A8S-d5oVg0NRN0SIkxYrqB7jSjph1YbkfQgLf9nJJcajz_5a8CTZsUAXr3AS56BTqz_Wyg0mCapLDi_KOQAb0OGhQVXxhl0dsa3NrHFGKH/s320/Deputado.jpg
Para quem quiser conferir a frivolidade de um deputado tão pouco preocupado com os destinos do Brasil - como se vê, entregue aos poderoso senhores auxiliados por sanguessugas e mensaleiros a mais explorar povo e País, eis - extraído do "site" da Câmara dos Deputados - conforme notas taquigráficas, a íntegra de um discurso do Sr. Clodovil em 25/04/2007 reproduzida abaixo:

CLODOVIL HERNANDES (Bloco/PTC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários da Casa, solicito a todos um minuto de atenção para que ouçam uma explicação que sei que será difícil. Quando somos acusados de algo, o que acontece?
As pessoas que ficam sabendo da acusação não tomam conhecimento das arrumações existentes por trás dela, e, mesmo que o acusado seja inocente, quem lê a notícia da acusação nem sempre lê o desmentido.Domingo, estreei novo programa de televisão. Gostaria que todos os senhores e senhoras soubessem que exigi da emissora que a primeira hora do programa, ou seja, de 20h às 21h, fosse destinada à defesa da Casa, que, de certa forma, é sempre vilipendiada, pois sobre ela só se ouve falar de coisas desonestas e de defeitos, muito pouco das suas qualidades. Ninguém vai me dever nada, porque eu não quero nada. Eu acho justo defendê-la, uma vez que aqui fui bem recebido. Mas, mesmo que não o tivesse sido, eu o faria do mesmo jeito, porque não tenho por hábito retribuir grosserias. Isso não faz parte do meu espírito, nem da formação que recebi da minha família na minha casa. Estou aqui neste momento para justificar algo que aconteceu na semana passada.
Tornei-me garoto-propaganda da Câmara dos Deputados. Acontece algo, e a mídia corre atrás de mim para saber notícia. Mas isso foi conquistado com trabalho e não com desonestidade. Tenho 500 mil votos para me defender, votos pelos quais paguei R$26,70 na primeira etapa e 14 mil reais na segunda etapa. Por quê? Eu acredito numa política de nome, tradição, família. Creio que aqui há muita gente assim. Mas o que se fala sempre é aquela maldição de que há gente vendida, que pega dinheiro para depois ter de pagar, gente que faz coisas erradas porque está comprometida. E hoje em dia o dinheiro não é correto como era antigamente. Todas as coisas que eu sei... Eu não sou analfabeto, não sou imbecil. Estou aqui porque muitas pessoas me escolheram, eu quero fazer justiça a essa escolha.
Eu disse na semana passada que as mulheres estão perdendo referência, estão trabalhando deitadas e descansando em pé. O que eu quis dizer com isso? Não todas as mulheres, porque isso é... (Pausa.)Se a senhora quiser falar, eu deixo.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Por favor, não estamos no Grande Expediente, fase em que se pode conceder apartes. A palavra está garantida ao orador.

CLODOVIL HERNANDES - Desculpe-me, mas as pessoas fazem tudo para ser notícia, e não é assim que a gente se torna notícia.Eu cresci enfeitando as mulheres, tenho consciência disso, e foi só por isso que eu cheguei aonde cheguei. Os meus votos são das mães de família, das pessoas que acreditam na televisão limpa que eu sempre fiz. Agora, é evidente, agradar a todos é impossível. Se Jesus não agradou, por que eu, um pobre mortal, agradaria a todos?Pois bem, eu disse isso para defender as mulheres. Não me digam que uma moça que vai fazer filme pornô pode servir de referência na televisão.


CIDA DIOGO - Mas dizer que todas ficaram ordinárias?


Diz o SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A palavra está com o orador, por favor, ilustre Deputada. Depois V.Exa. pode conversar com seu nobre colega.Por favor, conclua, ilustre Deputado.


CLODOVIL HERNANDES - Em uma entrevista de televisão, se todos falarem ao mesmo tempo, ninguém se entende. Disse isso quando cheguei aqui. Infelizmente, trouxe o artista junto comigo e achei estranho que as pessoas fizessem tanto barulho quando alguém falava.Mas posso dizer, religioso que sou, por acreditar em Deus, que em cada poltrona vazia dessa há uma pessoa que os outros não vêem, mas eu vejo. São pessoas que já não estão aqui, e podem nos nortear para fazermos as coisas do jeito que temos de fazer. Por que não acreditar nisso? Eu tenho que ouvir uma coisa que não foi dita dessa maneira? A senhora precisa do meu apoio? Use-o, por favor. Tanta gente usa o meu apoio. Tem muita gente que nunca me pagou e que fala bobagem.


CIDA DIOGO - Eu tenho meu próprio apoio. Eu luto pelo meu direito.


CLODOVIL HERNANDES - Eu sei. Eu conheço bem o andamento... Quando eu estava com câncer no hospital, a senhora foi me visitar?


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Ilustre Deputada, oportunamente, concederei a palavra a V.Exa. Não é momento de debate. Peço desculpas aos oradores. Repito: não é momento de debate. Oportunamente V.Exa. vai poder pronunciar-se.O ilustre Deputado Clodovil Hernandes pediu 3 minutos para fazer um esclarecimento. Vou garantir-lhe a palavra para que conclua seu comunicado ao Plenário. Dentro de instantes daremos início à Ordem do Dia.


CLODOVIL HERNANDES - Muito obrigado.De qualquer maneira, todo mundo sabe que eu luto pelas mulheres. Mas há mulheres de todo tipo, como há homens de todo tipo. Quando eu me percebi homossexual, minha senhora, eu parei e olhei para a direita e vi os travestis que vilipendiam as mulheres. Em nome da beleza, que é Deus, viraram para lá. E, deste lado esquerdo, estavam Leonardo da Vinci, Garcia Lorca, Santos Dumont. Eu virei para a esquerda. A senhora vire para o lado que quiser. Eu jamais vilipendiaria o nome das mulheres.


CIDA DIOGO - Tenho direito a resposta.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - V.Exa. terá oportunidade.


CLODOVIL HERNANDES - Querida, a senhora tem um programa, com duração de 1 hora, aos domingos, de graça - eu não trabalho só por dinheiro -, para se defender e dizer o que quiser. Eu convido a senhora para participar do meu programa, quando poderá me atacar. Esse é um direito seu.


CIDA DIOGO - Não quero atacá-lo.


CLODOVIL HERNANDES - Não, a senhora está aqui me fazendo um favor. Por favor, minha senhora.


PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Quero, por favor, pedir ao ilustre orador que conclua seu pronunciamento, porque este não é momento de debate.


CLODOVIL HERNANDES - Exatamente. Tenho visto exatamente isto. Desnecessariamente, hoje, numa Comissão, eu disse que não adiantava discutir sobre faculdade, quando na verdade precisamos de homens instruídos. "Ah, mas e o dinheiro?" Bem, o dinheiro, esse é um outro trajeto que não me diz respeito. O que me interessa são as pessoas. Eu só posso falar bem porque o meu pai me deu essa chance: "Você vai estudar, é a herança que eu vou deixar para você". Eu verbalizo bem por isso.Então, o que interessa é a criança que precisa da escola. Problemas pessoais resolvemos de outro jeito.
Muito obrigado.






* * * * *




E hoje (11/05/2007), no Jornal "Folha de São Paulo" o momentoso assunto volta a ocupar as preocupaçõpes dos senhores deputados - pouco dispostos a outra coisa. Suas preocupações, aqui firmadas como Retratos do Momento da vida brasileira, estão relatadas na matéria produzida por LETÍCIA SANDERDA da sucursal de Brasília sob o título:




Deputados pedem "medidas cabíveis" em relação a Clodovil



"Protagonistas de um bate-boca que chegou a interromper uma sessão no plenário da Câmara, os deputados Clodovil Hernandez (PTC-SP) e Cida Diogo (PT-RJ) permaneciam ontem irredutíveis. Ela continuava exigindo retratação. E ele, repetindo que a considera feia".





"As declarações de Clodovil foram alvo de repúdio de mais de cem parlamentares, que assinaram um requerimento em que a deputada pede à Mesa Diretora da Câmara "medidas cabíveis" em relação ao deputado, por ele ter dito recentemente que as mulheres tinham ficado muito ordinárias, que trabalhavam deitadas e descansavam em pé".





"O requerimento foi protocolado ontem. A polêmica ficou ainda maior anteontem, quando os dois discutiram no plenário. Segundo a deputada, depois de diversas provocações e insinuações, Clodovil teria dito: "Minha senhora, o comentário que eu fiz sobre as mulheres, fiz para as mulheres bonitas. E até as putas são bonitas. Mas a senhora é feia, nem para puta serve".Ele nega. "Fui muito antipático. Sei que fui cruel. Mas não disse isso." Ele disse que não combina com sua figura dizer palavrão. "[Eu disse] que se fosse uma mulher bonita, esplendorosa, ela poderia se sentir vilipendiada. Mas o caso é exatamente o oposto. Eu nem cheguei a dizer que ela era feia. Agora, não tenho o direito de achar uma pessoa feia?", afirmou".





'O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, não quis opinar. "Acho pessoalmente que não cabe ofensas nas relações aqui na Câmara. Isso será analisado."

sábado, janeiro 20, 2007

Gabeira e a Terceira Via



Hoje colei esse artigo aí em baixo. Foi publicado pelo Dep. Fernando Gabeira no jornal Folha de sãoPaulo (São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007 ) . A foto foi pescada na Internet em www.gabeira.com.br/noticias/noticia.asp?id=2475
Terceira via


FERNANDO GABEIRA
COMEÇOU TÃO modesta como uma ciclovia. Mas aponta para dois rumos: a independência do Congresso e a reconstrução das pontes com a sociedade. De cada dez projetos na Câmara, sete vêm do Planalto. O que dizer para os novos, cheios de esperança? Para deixá-la na porta? É a própria imagem do inferno. Só a Câmara consome cerca de R$ 3 bilhões. É o orçamento de 30 cidades médias brasileiras. É razoável pedir transparência nos gastos. E um projeto de redução de custos, sem perda de eficiência. Nosso horizonte eleitoral é limitado por questões de salário. Muitos queriam aumento de 91 por cento. Mas o bom senso indica outra direção. Upton Sinclair dizia que é difícil explicar alguma coisa a alguém cujo salário depende, precisamente, de não entender isto. Há mais coisas em jogo além de salário. Há símbolos de poder, cargos. Quando os democratas assumiram nos EUA, Nancy Pelosi anunciou uma série de medidas destinadas a satisfazer a sociedade. Houve escândalos e, mesmo se os republicanos vencessem, alguma resposta seria dada. As campanhas agem como se não houvesse escândalos. Não se referem a eles nem propõem a reconstrução das pontes com a sociedade. Depois de muito esforço, conseguimos achar um nome: Gustavo Fruet. É do PSDB. Tentamos gente do PT, do próprio PMDB. No momento em que escolhemos Fruet, o PSDB estava apoiando Chinaglia, batendo cabeça. Se fôssemos esperar grandes partidos para afastar Severino, criar a CPI das ambulâncias ou mesmo deter o aumento de 91%, não sairíamos do lugar. Somos poucos, mas a ciclovia nos ensina algo válido para a história: é preciso pedalar sempre. Para os pessimistas, dou dois argumentos. Com o voto direto, novas afinidades vão surgir no Congresso. E não queremos nos aprisionar no rótulo de grupo ético, como se os outros não tivessem também sua ética. Não queremos virar estátua para os pombos fazerem cocô na nossa cabeça. Queremos apenas um Congresso decente e produtivo. É pedir muito para quatro anos? O Fruet é a cara da terceira via. Pessoalmente, acho que nossa vitória daria alento ao segundo governo Lula. Admito que ele duvide disso. Parceria em vez de apenas uma extensão do Planalto. Nem cargos, nem emendas. Apenas a dádiva de andar nas ruas de cabeça erguida. E um Congresso que impulsione o país em vez de ser um constrangimento ético, um peso material . Vamos plantar uma semente nas 513 cabeças. Quantas vingarão? Quantos plantarão de volta boas sementes em nossas cabeças? Continuar pedalando.
assessoria@gabeira.com.br